DIVERSIDADE EM 10 FILMES NACIONAIS DE TODAS AS ÉPOCAS
01 | O Beijo no Asfalto (1980)
A antológica cena do beijo entre dois homens, criada por Nelson Rodrigues para o teatro, ganha adaptação para as telas com Tarcísio Meira e Ney Latorraca, discutindo a hipocrisia social da época.
02 | O Olho Mágico do Amor (1981)
Fantasias apimentadas entre Tânia Alves e Carla Camurati formam a base do enredo do filme, que narra a perda inocência de uma secretaria entediada a partir das atividades de uma prostituta paulistana.
03 | Noites do Sertão (1984)
O filme causou furor na década de 80 com as cenas tórridas entre Cristina Aché e Débora Bloch como as jovens primas que se conhecem intimamente numa fazenda no interior de Minas Gerais.
04 | Vera (1987)
Baseado no livro A Queda para o Alto, escrito por Anderson “Vera” Herzer, conta a história do menino que nasceu menina e sua luta para sobreviver no difícil cotidiano de maus tratos da FEBEM.
05 | Madame Satã (2002)
Cinebiografia de um dos personagens mais emblemáticos da Lapa carioca, o filme lançou ao estrelato nomes como Lázaro Ramos e Flavio Bauraqui dirigidos pelo talentoso Karin Aynouz.
06 | Carandiru (2003)
O astro internacional Rodrigo Santoro dá vida à Lady Di, uma travesti que participa ativamente do presídio Carandiru e que tem papel central na obra de Drauzio Varela, que deu origem ao longa.
07 | Amarelo Manga (2003)
Entre os muitos personagens que habitam o universo bizarro e marginal do filme, encontra-se Dunga, um homossexual vivido por Matheus Nachtergale, que tem uma função central no longa pernambucano.
08 | Cazuza – O Tempo não Pára (2004)
Cinebiografia do cantor que narra sua chegada ao estrelato, seus amores, seus excessos até a descoberta da aids e o começo da luta para enfrentar a doença, ao lado da família e dos amigos.
09 | A Festa de Menina Morta (2008)
Nos confins da Amazônia, misticismo, incesto e travestilidade marcam a vida de Santinho, espécie de líder espiritual de peregrinos que acreditam ser ele o mensageiro de uma menina morta milagrosa.
10 | Do Começo ao Fim (2009)
A história dos dois irmãos que se apaixonam e consumam este amor dividiu a opinião da crítica e do público, mas o mais importante é que foi um divisor de águas no cinema nacional que aborda o tema.
DIVERSIDADE EM 72 FILMES ANTOLÓGICOS DE TODAS AS ÉPOCAS
1 | Dickson Experimental Sound Film (The Gay Brothers – 1895)
Para muitos historiadores é a primeira imagem gay da história do cinema, mas independentemente do seu conteúdo, dois homens dançando juntinhos uma valsa é, no mínimo, inusitado para o século XIX.
02 | A Caixa de Pandora (Die Büchse der Pandora – 1929)
Louise Brooks chocou a sociedade dos anos 20 como Lulu e virou sinônimo de femme fatale, mas a cena de forte apelo lésbico com a Condessa Geschwitz (Alice Roberts) é o ponto alto do filme.
03 | Levada da Breca (Bringing Up Baby – 1938)
Uma comédia clássica dos anos 30, um ator carismático (homossexual na vida real) e a primeira vez que a palavra “gay” é empregada no cinema com uma conotação de orientação sexual.
04 | O Falcão Maltês (The Maltese Falcon – 1941)
Cinema noir é sinônimo de mistério, clima perfeito para o ambíguo personagem de Peter Lorre, cuja personalidade corrompida evoca uma sexualidade obscura que passa a caracterizar o gay nas telas.
05 | Ardida como Pimenta (Calamity Jane – 1953)
Roupas masculinas, trejeitos de cowboy e muita personalidade, o mito do Velho Oeste, Calamity Jane, ganha as telas na pele de uma masculinizada Doris Day, famosa por seus papéis inocentes e puros.
06 | Quanto mais Quente Melhor (Some Like it Hot – 1959)
A frase “ninguém perfeito” entrou para a história do cinema, assim como os dois divertidos personagens travestidos de Jack Lemmon e Tony Curtis que, como mulheres, roubam a cena de Marilyn Monroe.
07 | Spartacus (1960)
Um dos banhos mais comentados da história do cinema, a cena homoerótica entre os personagens de Sir Laurence Olivier e Tony Curtis foi cortada na versão original e restaurada na cópia de 1991.
08 | Infâmia (The Children’s hour – 1961)
Duas grandes atrizes e o desafio de encarar os efeitos da intolerância na sociedade: Hepburn e MacLaine interpretam professoras que supostamente são amantes despertando o ódio que termina em tragédia.
09 | O Pecado de Todos Nós (Reflections in a Golden Eye – 1967)
Marlon Brando (que interpreta um militar) e Elizabeth Taylor (sua esposa) se envolvem em um triângulo amoroso (platônico) com um soldado, misturando desejo e contenção que deixa sequelas irreparáveis.
10 | Teorema (1968)
Píer Paolo Pasolini ataca com este filme todas as instituições sociais e desmonta uma família inteira a partir da sedução e da sensualidade explícita, evidenciando o lado mais obscuro dos personagens.
11 | Os Deuses Malditos (La Caduta Degli Dei – 1969)
Condutas morais controversas em plena ascensão do nazismo marcam a narrativa deste filme que traz questões como homossexualidade, pedofilia e incesto abrindo a trilogia alemã de Luchino Visconti.
12 | Satyricon (1969)
Tendo como pano de fundo a Roma Antiga, o filme de Federico Fellini mostra a disputa de dois homens pelo amor de um escravo enfocando todo esplendor e decadência de forma estilizada e onírica.
13 | Perdidos na Noite (Midnight Cowboy – 1969)
Duas almas perdidas na cidade grande encontram numa amizade improvável o único caminho para redenção. Buck e Ratso vivem uma relação dúbia, onde amor e repulsa convivem em quase harmonia.
14 | Domingo Maldito (Sunday Bloody Sunday – 1971)
Um triângulo amoroso e uma intensa cena de beijo entre dois homens causou furor no começo dos anos 70, mostrando a singularidade de diferentes sexualidades numa história muito bem contada.
15 | Morte em Veneza (Morte a Venezia – 1971)
Uma das melhores adaptações da literatura para as telas, o filme narra o encantamento de um homem em decadência por um garoto no auge de sua beleza, numa explosão de desejo e ruína.
16 | The Rock Horror Picture Show (1975)
Trash, engraçado e obsceno, o filme enfoca homossexualidade, travestismo, voyerismo, adultério e incesto em clima de musical cheio de tiradas excêntricas e cômicas numa narrativa megalomaníaca.
17 | A Gaiola das Loucas (La Cage aux Folles – 1978)
Modelo estético a partir dos anos 70 para comédias protagonizadas por personagens homossexuais, a história mostra uma família nada convencional que inspira refilmagens e montagens teatrais até hoje.
18 | Calígula (1979)
Para uma geração inteira, o clima de permissividade e as orgias representadas no filme, notadamente as de caráter homoeróticas, foram emblemáticas e até hoje são lembradas como cenas de forte sensualidade.
19 | Querelle (1982)
Violência, dor e prazer são os principais ingredientes da história contada por Jean Genet que encontrou no jovem e belo Brad Davis o intérprete perfeito no filme homônimo de Rainer Werner Fassbinder.
20 | Fome de Viver (The Hunger – 1983)
Pode ser considerado precursor da onda de vampirismo que virou moda, mas a atmosfera gótica e as interpretações de Catherine Deneuve, Susan Sarandon e David Bowe transformaram o filme em cult.
21 | Minha Adorável Lavanderia (My Beautiful Laundrette – 1985)
Um paquistanês e um inglês resolvem montar um negócio e assumir uma relação amorosa, na corajosa história contada por Stephan Frears, que apresenta Daniel Day num dos primeiros papéis de sua carreira.
22 | Caravaggio (1986)
O diretor Derek Jarman conseguiu o feito de reproduzir alguns dos mais belos momentos da história da arte, além de mostrar a vida de um artista devotado aos seus desejos e paixões.
23 | Maurice (1987)
O galã Hugh Grant em início de carreira é um dos destaques do filme que marcou os anos 80, mostrando os romances do jovem Maurice, interpretado pelo ator James Wilby.
24 | A Lei do Desejo (La Ley del Deseo – 1987)
O universo gay de Pedro Almodóvar atinge um de seus pontos altos com homoerotismo, transsexualidade e incesto com atuações marcantes e uma narrativa de thriller kitsch.
25 | Essa Estranha Atração (Torch Song Trilogy – 1988)
Baseado em um sucesso da Broadway, o filme enfoca homossexualidade e travestilidade tudo temperado com uma complicada relação entre filho e mãe judia. Destaque para atuação de Matthew Broderick.
26 | Meu Querido Companheiro (Longtime Companion – 1990)
Primeiro filme a retratar o drama da AIDS na vida de um grupo de amigos homossexuais, o filme aborda a transformação que a doença provocou no comportamento e nos costumes.
27 | Garotos de Programa (My Own Private Idaho – 1991)
Keanu Reeves e River Phoenix dão vida e profundidade a dois garotos perdidos que vivem seus dramas e tormentas em meio ao dilacerado mundo dos michês, numa América decadente e sombria.
28 | Noites Felinas (Les Nuits Fauves – 1992)
Jovens, belos e promíscuos, os personagens deste filme francês resumem os desencontros e a perdição típicas do final do século XX. Cyrill Collard dirige e interpreta sua própria história.
29 | Morango e Chocolate (Fresa y Chocolate – 1993)
Um tema tabu em Cuba, a homossexualidade retratada no filme é mais que um artifício narrativo, tem conotação política e militante, num exemplo de bom cinema com engajamento.
30 | Adeus, Minha Concubina (Ba Wang Bie Ji – 1993)
Um triângulo amoroso trágico e épico, em que ficção e realidade se mesclam em meio a apresentações de ópera e embates revolucionários. A atuação do trio principal impressiona pela entrega aos personagens.
Um dos primeiros filmes a tratar abertamente a questão da AIDS e seus desdobramentos, a história rendeu a Tom Hanks alguns dos mais importantes prêmios, inclusive o Oscar de melhor ator.
O respeito às tradições entre em confronto direto com o desejo e a livre expressão da sexualidade. O filme de Ang Lee aborda de forma delicada e bem humorada os dramas de uma família chinesa na América.
Eles são jovens, bonitos e estão dispostos a conhecer o amor em suas variadas manifestações. O filme, corajoso para época, abordou a questão da bissexualidade de forma leve e positiva.
Dividido entre a vocação e a sexualidade, o protagonista entre em conflito com as regras da Igreja e acaba tendo sua fé abalada por questões como quebra de celibato e do sigilo da confissão.
O filme marcou época com muita música, dança e deboche, expondo o mundo das drag queens, que acabou ganhando diversas versões no teatro e adaptações cinematográficas em outros países.
Dois anjos caídos de semblantes inocentes encobrem mentes doentias capazes das mais obscuras perversidades em nome de uma relação de dependência e carência emocional.
No interior da França dos anos 1960, durante a guerra da independência da Argélia, a adolescência, a sexualidade e a política marcam os dias de jovens à procura de respostas sobre o futuro e a história.
Jovem, gay e inseguro em relação ao amor e ao sexo. Jeffrey enfrenta a perda de amigos próximos e encara a própria sexualidade como perigo ao seu futuro afetivo e profissional.
Uma professora conservadora e uma artista de circo moderninha protagonizam um dos mais importantes filmes lésbicos da década de 90, uma narrativa sobre as transformações que surgem com as descobertas.
Versão ficcional para a histórica batalha de Stonewall, o filme aborda a fragilidade dos direitos dos homossexuais nos Estados Unidos e a luta por dignidade e respeito principalmente da força policial.
O subúrbio de Londres é o cenário dessa bela história que trata dos primeiros amores, das primeiras descobertas e dos primeiros enfrentamentos. Tem uma cena final que está entre as mais bonitas do cinema.
A intolerância e o preconceito atingem em cheio a vida de uma criança. Ludovic, ou Ludo, é uma menina preso no corpo de um menino e enfrenta, na infância, a dor da rejeição por ser o que é.
Adaptação de uma peça encenada no final dos anos 70 com sucesso em Londres e Nova Iorque, o filme narra a trajetória de perseguições a um homossexual na Alemanha Nazista.
Eles cruzaram o mundo para salvar um relacionamento em crise, ao som do tango e da à luz de uma Buenos Aires obscura, enfrentam seus demônios e acabam redefinindo seus rumos.
A trama que vem da Suécia encara o drama de duas adolescentes lésbicas na escola, perante à família e os amigos, sem pieguice ou falso moralismo.
Maturidade e juventude, talento e beleza, histórias que se cruzam em meio a um clima de nostalgia, na narrativa sobre a vida de James Whale, que levou Frankenstein às telas.
Poderia ser mais um filme no melhor estilo “sessão da tarde”, mas a história do garoto tímido e gay que se envolve com o cara mais popular do colégio acabou influenciando muitos adolescentes da década de 90.
Filme-homenagem ao glam-rock dos anos 70, o filme retrata os bastidores de shows e a vida desregrada dos astros da época. Estrelado por Jonathan Rhys Meyers, Ewan McGregor e Christian Bale.
Brandon Teena encantou uma pequena comunidade rural do Nebraska, as mulheres o adoravam e quase todos que conheciam eram atraídos por sua inocência encantadora, mas ele não era o que dizia ser.
Na Alemanha nazista, duas mulheres aparentemente opostas, uma é judia e a outra é alemã, assumem pseudônimos para viver um grande amor, lutando contra tudo e contra todos sem esperar final feliz.
Philip Seymour Hoffman e Robert De Niro encaram uma transexual e um policial acidentado num thriller que mistura ingredientes diferentes que vai do preconceito à solidariedade humana.
A disciplina dos samurais, seus códigos de honra e seu espírito guerreiro incluíam a iniciação sexual dos guerreiros mais jovens pelos mais velhos, mas sem a paixão.
Um assalto a banco, três almas atormentadas, com seus corpos masculinos esculturais, não bastasse tudo isso, a intensa história de amor entre dois dos assaltantes é muito verossímil e comovente.
A vida do escritor cubano Reinaldo Arenas, sua luta por liberdade de expressão em pleno ditadura, é reforçada por atuações inesquecíveis de Javier Bardem e Johnny Deep.
Um time de vôlei formado por gays, travestis e transexuais que se sagra campeão na Tailândia tem sua história real contada neste filme recheado de bom humor, um dos maiores sucessos daquele país nas telas.
Formado por astros conhecidos do grande público, o elenco do filme em nada lembra o clássico estereótipo gay do cinema, mas aborda relacionamentos, futuro e solidão com muita propriedade.
A história de Hedwig, cantora de rock que nasceu homem, já havia sido contada numa peça homônima do circuito off-Broadway, mas foi aclamada no cinema, estrelada por John Cameron Mitchell.
No amor e na guerra vale tudo ou quase tudo. Para Yossi e Jagger assumir o desejo e seus riscos não implica apenas em enfrentar a sociedade israelense, mas os seus próprios fantasmas.
O ar de criança abandonada do astro mirim Macaulay Culkin foi definitivamente apagado no filme que pretende registrar o nascimento da chamada “cultura clubber” que virou moda em NY nos anos 80.
Pedofilia, prostituição e desequilíbrio emocional são reflexos de um trauma vivido por dois garotos no passado, influenciando decisivamente seus relacionamentos no presente e seus planos futuros.
Uma mulher presa no corpo de um homem, na verdade de um pai, e sua luta para fazer a cirurgia de readequação sexual, em meio às reviravoltas sociais e econômicas de uma América em crise.
A saga de uma família canadense nos anos 60 e 70 tendo como enredo central a conturbada relação com o filho do meio, que apresentar sexualidade conturbada e influência extrema da cultura pop.
Um câncer em estágio terminal vira do avesso a vida de um fotógrafo de moda gay, aparentemente bem resolvido. A partir deste mote, François Ozon investiga os limites da alma humana frente o inevitável.
Direção sensível e atuações marcantes, fazem deste filme um melodrama clássico no melhor sentido do termo, com todos os clichês que fazem das histórias particulares um drama de amor universal.
O título faz alusão a um espaço que reúne a fauna underground de Nova Iorque e onde se pode “tudo”: sexo explícito, shows de gosto duvidoso e muitas situações cômicas e trágicas de diversidade sexual.
Eles são jovens, bonitos e engajados numa Tel Aviv contemporânea, vibrante e cada vez mais aberta à novidade. O destino e a sociedade só não previam o amor avassalador entre um palestino e um judeu.
O universo do surf e do skate numa ensolarada Califórnia é o cenário desta história de amor improvável entre dois rapazes de corpos sarados que têm em comum o desejo de serem felizes como uma família.
Um jovem fica inesperadamente viúvo e se envolve, não sem antes relutar, a um romance com o irmão de sua melhor amiga e ex-amante, tudo ao som de músicas compostas exclusivamente para o filme.
A cinebiografia do ativista Harvey Milk não poderia ter encontrado melhor intérprete para seu protagonista. Sean Penn se supera dando vida ao carismático líder que morreu acreditando em suas causas.
Judeus ortodoxos e suas leis ancestrais se vêem no centro de uma relação apaixonada entre um açougueiro e seu ajudante, quando o desejo e o respeito às tradições entram em confronto direto.
O queridinho da vez, Xavier Dolan, escreve, dirige e interpreta a história de um casal de amigos que se apaixona pelo mesmo rapaz e passam a disputá-lo arduamente, ameaçando a afeição que os une.
Annette Bening e Julianne Moore encarnam um casal que tem dois filhos adolescentes formando uma família pouco ortodoxa e feliz, até os dois decidirem que é chegada a hora de conhecer o pai biológico.