domingo, 31 de julho de 2011

Dez curtas fecham o último dia de 'Interiores'

Destaques são o rio-pretense ‘Retratos’, de Bia Lelles, e os premiados ‘Eu Não Quero Voltar Sozinho’ e ‘Os Sapatos do Aristeu’

A “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual” chega ao seu último dia neste domingo (31 de julho), com sessões de curtas-metragens nacionais às 18h e 20h, no Sesc Rio Preto. Dez produções de diferentes estados serão exibidas neste domingo, entre elas o rio-pretense ‘Retratos’, de Bia Lelles, inspirado em conto do escritor Caio Fernando Abreu.

Cena do curta rio-pretense 'Retratos'

“Retratos” é o segundo curta dirigido por Bia Lelles e marcou a conclusão de seu curso de jornalismo. A diretora já havia produzido o trailler de suspense “A Caminho do Céu”, ganhador do Prêmio Nelson Seixa de Estímulo à Cultura em 2007. “Adoro os temas ligados às relações humanas e o novo curta surgiu justamente numa fase de amadurecimento do meu trabalho enquanto diretora.”

Cena do curta 'Eu Não Quero Voltar Sozinho'

O premiado curta é “Eu Não Quero Voltar Sozinho” também integra a programação de hoje da mostra “Interiores”. A mais recente conquista da produção do diretor Daniel Ribeiro foi o prêmio do júri popular do Rio Festival Gay de Cinema, realizado de 1º a 10 de julho, ficando com o título de melhor curta-metragem brasileiro de ficção.

“Eu Não Quero Voltar Sozinho” apresenta a inocência da descoberta do amor entre dois adolescentes gays: Leonardo (Guilherme Lobo), um deficiente visual que muda de vida totalmente com a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um novo aluno em sua escola.

Curta 'Os Sapatos de Aristeu' também está na programação deste domingo

Outro destaque é o curta ‘Os Sapatos de Aristeu’, que conta com a participação da atrizes Berta Zemel, Fedra de Córdoba e Denise Wemberg. Dirigido por René Guerra, narra a queda de braços gerada pela morte de uma travesti entre sua família e suas amigas, que não chegam a um acordo sobre o sepultamento. A fotografia em preto e branco cria uma atmosfera densa e cheia de nuances.


31 de Julho, domingo | 18h00 | Programas de Curtas III
Fumaça em Formatos Bizarros (Lufe Steffen | 2010 | Brasil | 17')
Os Sapatos de Aristeu (René Guerra | 2008 | Brasil | 17')
Suspeito (Eduardo Mattos | 2009 | Brasil | 19')
Amanda e Monick (André da Costa | 2008 | Brasil | 18')
Eu não Quero Voltar Sozinho (Daniel Ribeiro | 2010 | Brasil | 17')

31 de Julho, domingo | 20h00 | Programas de Curtas IV
Sapphadas (Cristina Beskow | 2008 | Brasil | 32')
O Amor do Palhaço (Armando Praça | 2005 | Brasil | 15')
Poliamor (José Agripino | 2009 | Brasil | 15')
Diálogo (Danon Lacerda | 2010 | Brasil | 19')
Retratos (Bia Lelles | 2011 | Brasil | 17')

sábado, 30 de julho de 2011

Sexualidade em debate na 'Mostra Interiores'

O terceiro dia de "Interiores - Mostra de Cinema da Diversidade Sexual" foi marcando pelo debate reflexivo “A vivência LGBT e as diferentes percepções do tempo e das idades do corpo”. Conduzido por Adailson Moreira, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o debate teve como convidados André da Costa Lima, diretor do curta “Amanda e Monick”; Anselmo Figueiredo, coordenador de projetos de promoção da cidadania LGBT do Casvi Piracicaba; e Telma Abrahão, psicóloga do Centro de Referência em Direitos Humanos LGBT de Rio Preto. 






sexta-feira, 29 de julho de 2011

Debate e exibição de curtas-metragens marcam o terceiro dia da 'Mostra Interiores' no Sesc

Programação de curtas da ‘Interiores - Mostra de Cinema da Diversidade Sexual’ apresenta produções de diferentes estados brasileiros

Depois da exibição de três longas-metragens, a “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual” segue para a programação de curtas neste sábado e domingo (30 e 31 de julho). O público poderá conferir produções de diferentes estados brasileiros. São 20 curtas nacionais que abordam temas pertinentes à sexualidade humana.

Um dos temas colocados em evidência neste sábado é o bullying, que gera amplo debate entre pais e educadores na atualidade. O assunto é abordado no curta-metragem “Mais ou Menos”, do diretor catarinense Alexander Antunes Siqueira.


O curta apresenta o drama vivido por um adolescente na escola, onde é constantemente discriminado por seus colegas. O líder do grupo chega a levar suspensão, mas persiste em sua violência declarada contra o colega de classe.  Certa noite, depois de uma escapada desesperada, o inesperado acontece.

“O cinema pode ser considerado como uma espécie de ‘espelho da realidade’, pois mostra os mais variados aspectos da vida, não somente com o intuito de entreter o espectador, mas também tem o poder de fazê-lo refletir sobre o mundo à sua volta. A sétima arte funciona como uma formadora de conceitos. E como tal, muitas vezes acaba por ajudar a formar ideias erradas a respeito dos homossexuais, aumentando o preconceito por parte das outras pessoas. E o preconceito é um dos principais causadores da violência contra os gays, não só física, mas também moral”, diz o diretor de “Mais ou Menos”.

Cena do curta 'Mais ou Menos'

Segundo Alexander, o curta tenta mostrar alguns exemplos de discriminação que não são novidade para ninguém. “Todos nós já presenciamos ou ouvimos falar de situações parecidas com as do filme. Mas nessa história, um motivo real do preconceito é revelado, com o objetivo de tentar fazer as pessoas refletirem a respeito de suas próprias crenças e opiniões”, enfatiza.

“Mais ou Menos” já foi exibido no Brasil e exterior (Inglaterra, Itália, Canadá, Estados Unidos e Alemanha), sendo premiado em festival sem relação com a diversidade sexual. 

Debate – Além da exibição de dois blocos de curtas-metragens, um às 16h e outro às 19h, no Sesc Rio Preto, a programação da mostra “Interiores” deste sábado (30 de julho) também conta com o debate reflexivo “A vivência LGBT e as diferentes percepções do tempo e das idades do corpo” com os convidados Adailson Moreira, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; André da Costa Lima, diretor do curta “Amanda e Monick”; Anselmo Figueiredo, coordenador de projetos de promoção da cidadania LGBT do Casvi Piracicaba; e Telma Abrahão, psicóloga do Centro de Referência em Direitos Humanos LGBT de Rio Preto.

Lançamento da 'Mostra Interiores' no Sesc

O primeiro dia da "Interiores - Mostra de Cinema da Diversidade Sexual" foi sucesso de público. Confira os registros do fotógrafo Ricardo Boni feitos durante o coquetel de lançamento do evento, que continua até domingo no Sesc Rio Preto.

Júlio Caetano, coordenador-geral do Gada, a cineasta Malu de Martino e Fábio Takahashi, curador do festival


Tiago Landin e Kleber Garcia, do blog QUENDAR AS ALTERNATIVAS

Bia Lelles, diretora do curta rio-pretense 'Retratos'

A cantora Luama 

Público da mostra durante o coquetel de lançamento

Fábio Takahashi e Guilherme Lamenha, curadores da Interiores

Júlio Caetano, do Gada, e o sociólogo Luciano Alvarenga

O jornalista Nelsinho Bertoni, organizador da Parada Gay de Bady Bassitt


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dois longas-metragens estrangeiros marcam o segundo dia de exibições da 'Mostra Interiores'

O destaque fica para o peruano ‘Contracorrente’, de Javier Fuentes-Léon, ganhador do prêmio de júri popular do Festival de Sundance de 2010

O Gada e a Prefeitura de São José do Rio Preto dão sequência a “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual” nesta sexta-feira (29 de julho) com a exibição de dois longas-metragens estrangeiros. O segundo dia de festival terá “Patrik 1.5” (19h) e “Contracorrente” (21h). As sessões gratuitas são no teatro do Sesc Rio Preto e a distribuição de ingressos começa com uma hora de antecedência. O festival continua nesta sábado e domingo (30 e 31 de julho), quando serão exibidos 20 curtas-metragens.

Cristian Mercado e Manolo Cardona em cena de 'Contracorrente'

O destaque do segundo dia fica por conta de “Contracorrente”, produção que marcou a estreia do diretor peruano Javier Fuentes-Léon na produção de longas. O roteiro, assinado por Fuentes-Léon, é um misto de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “O Segredo de Brokeback Mountain”, apresentando um triângulo amoroso em uma aldeia de pescadores. A delicadeza na forma com que o diretor conduz a história rendeu inúmeros prêmios internacionais para “Contracorrente”, entre eles o de júri popular no Festival de Sundance em 2010.

Na história, o pescador Miguel (Cristian Mercado – “Che – Guerrilha”) tem um romance com o fotógrafo e pintor Santiago (Manolo Cardona – “A Mulher do Meu Irmão”), mas é casado com Mariela (Tatiana Astengo –“Pantaleão e as Visitadoras”), que está grávida. O pescador sofre um conflito muito grande: apaixonado por Santiago e também por sua mulher, ele fica dividido entre o dever e seu coração. 

Cena do filme 'Contracorrente'

Na vila onde moram, o fotógrafo é visto com hostilidade, ninguém fala com ele e crianças atiram ovos em suas janelas. Mas seu amor por Miguel é tão grande que, mesmo morto, ele continua aparecendo para o pescador. É a situação ideal para Miguel: com o outro morto, pode viver seu romance e manter o casamento.

Os protagonistas do filme sueco 'Patrik 1.5'

Adoção – Abrindo a programação do segundo dia de mostra “Interiores”, a comédia sueca “Patrik 1.5”, de Ella Lemhagen, aborda de forma sensível e bem humorada um tema que rende muitos embates em tribunais de todo o mundo: a adoção de crianças por casais gays. 

Adaptação de uma peça teatral, a comédia conta a trajetória do casal gay sueco Göran (Gustaf Skarsgard) e Sven (Torkel Petersson), que acaba de se mudar para um bairro familiar. Seu sonho de adotar um filho parece ficar mais próximo de ser realizado quando o serviço de adoção apresenta a ficha do menino Patrik, de 1 ano e meio. Mas houve um erro de digitação e eles acabam com um adolescente de 15 anos em casa (Thomas Ljungman). Para piorar, o garoto é rebelde e cheio de preconceitos contra homossexuais. 

A comédia sueca recebeu o prêmio de melhor filme (prêmio de público) no San Francisco Int´l Gay & Lesbian Film Festival. Além disso, participou da Seleção Oficial do Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual e da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2009.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Longa com Ana Paula Arósio e Murilo Rosa abre a 'Mostra Interiores' nesta quinta-feira

Malu de Martino, diretora do filme ‘Como Esquecer’, estará presente no primeiro dia da ‘Interiores – Mostra de Cinema da Divesidade Sexual’, no Sesc Rio Preto

Com a presença da diretora Malu de Martino, o GADA e a Prefeitura de São José do Rio Preto realizam na quinta-feira (28 de julho), às 20h, a exibição do longa nacional “Como Esquecer”, protagonizado por Ana Paula Arósio e Murilo Rosa, abrindo a primeira edição da “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual”. O festival de cinema, que seguirá até domingo (31 de julho), com exibições gratuitas no Sesc Rio Preto, apresentará longas e curtas nacionais e internacionais que dialogam com a temática da diversidade sexual.

Ana Paula Arósio e Arieta Correa em 'Como Esquecer'

“Como Esquecer” é o terceiro longa da carreira da Malu e rendeu à Ana Paula Arósio o prêmio de melhor atriz da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 2010. No filme, Júlia (Ana Paula Arósio) é uma professora de literatura inglesa, que luta para reconstruir sua vida depois de viver uma intensa e duradoura relação amorosa com a enigmática Antônia. Uma trama instigante que fala de pessoas comuns enfrentando os desafios de superar as dores do passado e buscando uma nova chance de encontrar a felicidade.

Cena do filme 'Contracorrente'

Programação - A curadoria da mostra “Interiores”, formada por Fábio Takahashi e por Guilherme Lamenha, priorizou para a primeira edição títulos que nos últimos anos se destacaram no cenário nacional e estrangeiro, mas que nunca foram exibidos em São José do Rio Preto e região. Mais dois longas integram a programação da mostra “Interiores”. Uma co-produção Peru, Colômbia, França e Alemanha, o filme “Contracorrente” (2009), de Javier Fuentes-León, apresenta o dilema emocional e social do pescador Miguel, que é casado e está prestes a ser pai, mas cultiva um romance com um pintor misterioso e mal visto pelas pessoas do vilarejo onde vivem. Já a produção sueca “Patrik 1.5” (2008), de Ella Lemhagen, conta a trajetória de um casal de gays e sua dificuldade para conseguir a adoção de uma criança.

Cena do curta 'Bailão'

Entre os curtas, a mostra “Interiores” exibirá 20 produções de diferentes regiões do país. São documentários e ficções com forte apelo crítico e popular. Os destaques são o documentário “Bailão”, de Marcelo Caetano, vencedor do Prêmio Aquisição Canal Brasil de 2010, além de melhor filme em festivais de Recife e Vitória; e as ficções “A Mais Forte”, de Rick Mastro, “Os Sapatos de Aristeu”, de René Guerra, e “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, de Daniel Ribeiro.

Atores do curta 'Não Quero Voltar Sozinho'

São José do Rio Preto também é representada entre os curtas da mostra “Interiores”, que apresentará “Retratos”, dirigido por Bia Lelles. A produção é baseada em conto do escritor Caio Fernando Abreu.

A 'Mostra Interiores' pelas mídias da internet

Publicações sobre a "Interiores - Mostra de Cinema da Diversidade Sexual"  

Diário da Região/Diarioweb

BOM DIA Rio Preto/Rede BOM DIA

Blog Festival Filmes

Colunista Cida Caran

Portal Gonline

Aquele Site

Blog Filme 'Como Esquecer'

Site Brasil Local

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Obra do escritor Caio Fernando Abreu inspira adaptações no cinema e no teatro

Dois curtas que serão exibidos na “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual” têm como fonte de inspiração a obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, que faleceu em 1996 em decorrência da aids. Homossexual, o escritor teve seus contos frequentemente relacionados à estética de Clarice Lispector, apresentando uma visão dramática e fotográfica do mundo moderno.

São inspirados em contos do escritor gaúcho os curtas ‘Diálogos’, de Danon Lacerda, e “Retratos”, de Bia Lelles, que serão exibidos no dia 31 de julho. A “Mostra Interiores”, realizada pelo Gada e pela Prefeitura, será de 28 a 31 de julho, no Sesc Rio Preto.

Além do cinema, o teatro também busca as referências de Caio Fernando. São inúmeras adaptações e muitas já vistas pelo público de Rio Preto e região. Para refletir sobre o assunto, o blog da “Mostra Interiores” entrevistou o professor André Luiz Gomes de Jesus, mestre em literatura brasileira pela Unesp e pesquisador da obra do escritor gaúcho desde 2005. É autor da dissertação “As representações da morte e do morrer na obra de Caio Fernando Abreu” e em agosto segue para temporada de um ano em Paris, onde dará sequência ao seu doutorado em literatura comparada. 

Na sua opinião, por que adaptações de Caio Fernando Abreu tornaram-se tão recorrentes no cinema e no teatro?
André Gomes - Existe, atualmente, um interesse pela obra de Caio Fernando Abreu de um modo geral. Isso deve ao fato de a obra do escritor estar se popularizando entre um grande número de leitores. Para mim, existem outros pontos fundamentais para este interesse. Um deles está centrado na temática da obra de Caio Fernando, marcada pela representação do homem urbano contemporâneo, com seus anseios, sua solidão, sua dificuldade em estabelecer contato com o outro e, por conseguinte, a sua incapacidade de estabelecer relações afetivas duradouras. Junte a isso o fato dele também tematizar a homoafetividade e o homoerotismo. Temos um ponto fundamental para o interesse das pessoas na obra do escritor gaúcho, pois estamos num momento de politização de algumas minorias, inclusive, a minoria LGBT. Outro aspecto fundamental é o interesse da crítica universitária na produção de Caio Fernando, o que está fazendo com que esta se torne reconhecida e chame a atenção de outros setores artísticos. 

Há algo na estética narrativa do autor que nos remete muito a estrutura de um roteiro. Isso contribui a conquistar artistas em adaptações?
André Gomes - Sim, de certo modo a obra de Caio Fernando Abreu tem, sim, uma relação direta com o que chamamos media. Nesse sentido, ele compõe textos que dialogam com o cinema, com o folhetim, com a telenovela (outra forma de folhetim), com a canção, etc. Há um contato, na obra do escritor, entre os chamados elementos da alta cultura e elementos da cultura de massa, compondo um texto que se aproxima, por exemplo, do roteiro cinematográfico. Quanto a essa facilidade de adaptação, eu diria que tem muita mais a ver com a temática do que com a estética da obra de Abreu. Digo isso porque grande parte das adaptações da obra de Abreu é de uma fidelidade problemática e explico o porquê. A meu ver, quando um roteirista ou dramaturgo transforma um conto ou romance do escritor em texto fílmico ou peça teatral, ele deve ter a liberdade de subverter esse texto e produzir outro produto, que tem âncoras na obra do escritor, mas que tem um aspecto autoral. Não é isso que sinto na maioria das adaptações, que está colada ao texto de Abreu e quase não ousa. 

O escritor Caio Fernando Abreu poderia ser classificado como um “antena” de uma geração gay?
André Gomes - Concordo que Caio Fernando Abreu seja uma voz que discute elementos que são ainda considerados tabus em nossa sociedade, entre eles a sexualidade. Ele fala sobre homossexualidade, drogas, amor, desejo e isso faz com que, cada vez mais, um maior número de pessoas o leiam. Entretanto, existe sempre um perigo em colocar o escritor no nicho dos escritores gays. Eu não acho que a obra de Caio Fernando seja gay, mas que a temática do homoerotismo é um elemento forte em sua obra. Das mais de 100 narrativas que ele escreveu, no máximo 23 são de temática gay, ou seja, não é uma obra marcada somente por esta temática. O que a produção dele apresenta, volto a frisar, é uma espécie de zeitgeist (ou espírito de um tempo) que mostra o homem urbano contemporâneo e, entre essas temáticas, está a temática sexual e homossexual. 

Caio Fernando Abreu (1948 - 1996)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Curta-metragem de São José do Rio Preto terá sua segunda exibição na 'Mostra Interiores'

'Retratos', adaptação de conto homônimo de Caio Fernando Abreu, está programado para ser exibido no dia 31 de julho, no Sesc Rio Preto

Única produção rio-pretense que integra a programação da “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual”, que rola de 28 a 31 de julho, no Sesc Rio Preto, o curta “Retratos”, de Bia Lelles, dá vida ao universo repleto de imagens do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu. O curta, que é baseado em conto homônimo do escritor, foi lançado em abril deste ano e segue agora para a sua segunda exibição.

Um homem solitário é abordado por um desenhista que lhe propõe a fazer sete retratos. Uma complexa relação entre esses dois personagens se estabelece com o passar do tempo e a partir da conclusão de cada retrato. O diálogo com temas como o amor, as diferenças sociais e o envelhecimento conquistou a diretora rio-pretense, que teve a ideia de fazer a adaptação a partir do momento em que leu o conto do escritor Caio Fernando.

“Retratos” é o segundo curta dirigido por Bia Lelles e marcou a conclusão de seu curso de jornalismo. A diretora já havia produzido o trailler de suspense “A Caminho do Céu”, que foi ganhador do Prêmio Nelson Seixa de Estímulo à Cultura em 2007. “Adoro os temas ligados às relações humanas e o novo curta surgiu justamente numa fase de amadurecimento do meu trabalho enquanto diretora”, conta a diretora.

O curta acaba de ser selecionado para representar São José do Rio Preto na fase regional do Mapa Cultural Paulista 2011/2012. A trama é protagonizada pelos atores rio-pretenses Gerrah Tenfus e Jef Telles.

'Retratos' é uma produção independente da rio-pretense Bia Lelles

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Para Malu de Martino, audiovisual contribui para tornar comuns padrões e costumes da sociedade

Diretora de “Como Esquecer” estará presente na exibição de seu filme na ‘Mostra Interiores’; longa abre a programação do festival no dia 28 de julho, no Sesc 

Quando começaram a pipocar as primeiras informações sobre o filme “Como Esquecer”, lançado no ano passado pela diretora Malu de Martino, o assunto que mais gerava comentário na mídia era a presença dos atores Ana Paula Arósio e Murilo Rosa interpretando personagens homossexuais. No entanto, ao conferir o longa, que é inspirado no livro “Como Esquecer – Anotações Quase Inglesas”, de Myriam Campello, nota-se que a questão da sexualidade torna-se invisível diante de uma bem contada história sobre os sofrimentos causados pelo amor.

“Sofrer por amor não é privilégio ou sacrifício de um grupo sexual distinto. Faz parte do ser humano. Os personagens do livro eram homossexuais e nunca pensei em mudar isso”, comenta a diretora, que estará em São José do Rio Preto para a abertura da “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual”, no dia 28 de julho, quando acontecerá a exibição de “Como Esquecer” no Sesc Rio Preto.

No longa, Ana Paula Arósio interpreta uma professora que sofre as dores do término de uma longa relação com outra mulher. Enquanto trabalha essa ausência, essa perda, se redescobre a partir das histórias de amigos e pessoas de seu cotidiano. “Acho que o filme não chamou a atenção apenas por Ana Paula interpretar uma lésbica, mas por ela estar fazendo cinema. Ela e Murilo Rosa são atores de novelas, carregam os padrões heterossexuais do galã e da mocinha. Encarar personagens como os do filme é um desafio e tanto para eles. E atores gostam disso, de desafio”, diz Malu de Martino.

Para a diretora de “Como Esquecer”, não só o cinema, mas todo trabalho audiovisual pode contribuir para tornar comuns padrões e comportamentos considerados diferentes na sociedade. “Há muito tempo ficamos vendo somente a caricatura do gay ou da lésbica sendo aceita na mídia, no cinema. Hoje é mais diferente. Existe uma diversidade imensa e não há uma regra para a expressão de sua sexualidade. Não dá pra generalizar o que é pessoal, é nosso.”

Para saber mais sobre a trajetória de “Como Esquecer” no cinema, acesse o blog do filme: www.comoesquecer.wordpress.com.

Malu de Martino durante as gravações de 'Como Esquecer'

terça-feira, 19 de julho de 2011

Curta selecionado pela 'Mostra Interiores' conquista prêmio em festival do Rio de Janeiro

"Eu Não Quero Voltar Sozinho", que será exibido no dia 31 de julho, conquistou prêmio de júri popular no Rio Festival Gay de Cinema

O curta nacional “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, que integra a programação da “Interiores – Mostra de Cinema da Diversidade Sexual” acaba de receber mais um prêmio. A obra do diretor Daniel Ribeiro conquistou o júri popular do Rio Festival Gay de Cinema, realizado de 1º a 10 de julho, ficando com o título de melhor curta-metragem brasileiro de ficção.

“Eu Não Quero Voltar Sozinho” apresenta a inocência da descoberta do amor entre dois adolescentes gays: Leonardo (Guilherme Lobo), um deficiente visual que muda de vida totalmente com a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um novo aluno em sua escola.

Na mostra “Interiores”, a produção será exibida no dia 31 de julho, às 18h, juntamente com mais quatro curtas-metragens.

A trajetória de “Eu Não Quero Voltar Sozinho” é marcada por várias premiações. O curta-metragem já havia conquistado o primeiro lugar em festivais de cinema de Paulínia, São Paulo e Rio de Janeiro.

Interiores – Com a proposta de ser um panorama da diversidade sexual pela ótica do cinema, a mostra “Interiores” terá sua primeira edição realizada entre os dias 28 e 31 de julho, na unidade do Sesc de São José do Rio Preto. A realização é do Gada (Grupo de Amparo ao Doente de Aids) e da prefeitura da cidade. A entrada é gratuita.

Além dos filmes, o evento também contará com um bate-papo reflexivo, programado para o dia 30 de julho (sábado), às 17h30. Com o tema “A vivência LGBT e as diferentes percepções do tempo e das idades do corpo”, o bate-papo terá como convidados Adailson Moreira, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; André da Costa Lima, cineasta e diretor do curta “Amanda e Monick”; Anselmo Figueiredo, coordenador de projetos de promoção da cidadania LGBT em Piracicaba; e Telma Abrahão, psicanalista que integra a equipe do Centro de Referência em Direitos Humanos LGBT de Rio Preto.

Fabio Audi, Ghilherme Lobo, Tess Amorim em cena do curta